Assistência
Isadora ganha um lar
Programa Família Acolhedora, parceria de vários órgãos públicos, promove primeiro afago entre casal e criança atendida
Paulo Rossi -
A espera por um lar pode trazer angústia, tristeza, desesperança. Pode, porém, a expectativa ser mais macia, se tiver como cenário cheiro de feijão, sofá, afago de mãe e pai. Esse é o objetivo do programa Família Acolhedora, que nesta quarta-feira (14) promoveu o primeiro contato entre família e criança abraçada em Pelotas.
Josiane Ludtke e Carlos Ludtke, respectivamente dona de casa e pedreiro, já têm duas filhas. Uma de 17, a outra de 14. Não é como se precisassem, assim exatamente, ser pais novamente. A opção por participar do projeto, pois, se deu pela vontade intrínseca que a família tem de ajudar quem precise de algo, ao que o Família Acolhedora surgiu como oportunidade.
De início o casal se inscrevera para receber crianças de zero a sete anos. Veio Isadora, de apenas três meses, e Josiane relata que, ao receber a ligação avisando que eles haviam sido escolhidos, a realidade, o choque inicial, levemente foram dando espaço ao sorriso da surpresa boa. “É como se eu tivesse ganhado a minha filha pela primeira vez. Vai ser maravilhoso sentir o cheirinho de bebê novamente”, diz, satisfeita da curiosidade que a preenchia em conhecer o rosto da criança acolhida.
Na Casa do Carinho, onde Isadora esteve durante os três meses, o Família Acolhedora é visto com bons olhos. “O que vem para o bem desses pequenos a gente abraça”, comenta a assistente social do local, Tânia Wendt. “Aqui temos que cuidar de todos ao mesmo tempo. Não é como uma família, que pode dispender 24 horas por dia cuidando apenas daquela criança. É outra vivência”, completa a enfermeira Greice Matos.
Para o secretário de Assistência Social, Luiz Eduardo Longaray, esse primeiro acolhimento é visto como resultado de trabalho que vai além da Secretaria, abrangendo assistentes sociais, promotores de Justiça, entre outros. A meta, até o fim do ano, é que 20 crianças sejam acolhidas. Atualmente, o programa conta com 12 inscrições de famílias, sendo quatro já avaliadas e aprovadas. Para informações, o contato é a Secretaria de Assistência Social.
O objetivo é encontrar pessoas dispostas a abrigar por tempo determinado - nunca mais de dois anos - crianças, adolescentes ou irmãos em situação de risco pessoal e social. Os acolhedores terão como missão abrigar menores que hoje se encontram nos seis abrigos mantidos pela prefeitura. Para tal, a família receberá um salário mínimo por criança e o convívio será avaliado constantemente pela equipe de profissionais do Família Acolhedora, em parceria com o Juizado da Infância e Juventude, o Ministério Público, Conselho Tutelar e a rede envolvida.
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